Assassinato de Ruy Ferraz: vídeo mostra ao menos 21 tiros em 6 segundos após carro bater em ônibus e capotar
Novos vídeos mostram tiros e desespero de testemunhas durante execução de ex-delegado Após ser perseguido por criminosos e bater o carro em um ônibus, o ca...

Novos vídeos mostram tiros e desespero de testemunhas durante execução de ex-delegado Após ser perseguido por criminosos e bater o carro em um ônibus, o carro do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes foi alvo de pelo menos 21 disparos em seis segundos em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Fontes foi executado na segunda-feira (15), por volta das 18h. (Ouça os tiros no vídeo acima) O crime aconteceu na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim, perto do Fórum. De acordo com a PM, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte de Ruy no local. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp Entenda o que se sabe sobre a execução do delegado Um dos vídeos, gravados pela passageira de um carro que estava próximo, mostra o momento do início dos disparos. Nas imagens, é possível notar que duas motos estavam chegando ao local e os condutores se assustaram com os tiros. Uma mulher que estava na garupa de um dos veículos chegou a se jogar no chão, enquanto outro motociclista se afastou do local. Outro vídeo, gravado pelo motorista de um segundo carro, também flagrou os disparos. Nas imagens, registradas momentos depois, ainda é possível ver a mulher que estava na garupa caída na calçada. Suspeitos identificados Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, os carros usados pelos criminosos foram localizados. A Polícia Civil identificou dois suspeitos de envolvimento no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes por meio de impressões digitais encontradas em um dos veículos abandonados. A Justiça já recebeu o pedido de prisão temporária dos investigados, mas ninguém havia sido preso até a última atualização desta reportagem. LEIA MAIS: Infográfico: veja a cronologia do assassinato Ex-delegado-geral de SP executado no litoral disse que vivia sem proteção; ouça Ruy Ferraz já escapou de plano do PCC antes 'Legado marcante' na Segurança Pública, diz Tarcísio sobre delegado morto Corpo de ex-delegado-geral executado será velado na Alesp Veja o passo a passo da execução do delegado pioneiro no combate ao PCC Delegado foi assaltado com arma na cabeça um ano antes de execução Ruy Ferraz Fontes foi morto em avenida de Praia Grande Reprodução e Reprodução/TV Globo Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC. Comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). (Saiba mais abaixo) De acordo com a PM, informações iniciais indicaram que Ruy Ferraz Fontes perdeu o controle do veículo após ser baleado, mas isso ainda será confirmado nas diligências. A Prefeitura de Praia Grande e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) lamentaram a morte do delegado. Infográfico - Dr. Ruy Ferraz é morto a tiros em praia Grande Arte/g1 Tia e tio feridos O ataque também deixou outras duas pessoas feridas em Praia Grande, no litoral paulista. Segundo apuração do g1, as vítimas são tia e sobrinho, e estavam na porta da casa de um familiar quando foram atingidas pelos disparos. Quem era Ruy Ferraz Fontes Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes teve passagens por delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic. Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado. Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros no litoral de SP Prefeitura de Praia Grande e Reprodução Adeus a Ruy Ferraz Fontes O corpo do delegado aposentado foi sepultado por volta das 17h30 desta terça-feira (16), no Cemitério da Paz, no Morumbi, Zona Sul da capital. Mais cedo, ocorreu o velório, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Por volta das 7h30, o corpo deixou o Instituto Médico Legal (IML), no Centro da capital, no carro da funerária e chegou na Alesp às 11h10, onde foi velado até as 15h. O velório público foi acompanhado por amigos, familiares, políticos e autoridades do estado de São Paulo. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos