Governo de SP cria força-tarefa para prender assassinos de ex-delegado
Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros em Praia Grande, SP A Secretaria de Segurança Pública de SP determinou uma força-tarefa integrada das políci...

Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros em Praia Grande, SP A Secretaria de Segurança Pública de SP determinou uma força-tarefa integrada das polícias Civil e Militar, visando a identificação e localização dos criminosos envolvidos no homicídio do ex-delegado-geral Ruy Fontes, que ocorreu em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A perseguição foi registrada por câmeras de monitoramento (veja acima). Segundo a SSP, equipes do DHPP, Deic, Garra/Dope, Cercos da capital e do Deinter 6 estão em diligências contínuas na região com apoio de batalhões da Polícia Militar, incluindo o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) de Santos e equipes da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA). O caso foi registrado junto à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Praia Grande e será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio de demais departamentos. Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, os carros usados pelos criminosos foram localizados. A Polícia Civil identificou dois suspeitos de envolvimento no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes por meio de impressões digitais encontradas em um dos veículos abandonados. A Justiça já recebeu o pedido de prisão temporária dos investigados, mas ninguém havia sido preso até a última atualização desta reportagem. Polícia investiga o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes Reprodução/TV Globo O crime O assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil, ocorreu momentos após ele cumprir expediente na Prefeitura de Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde era Secretário de Administração. O local do crime fica a cerca de 600 metros do Paço Municipal, e a perseguição foi registrada por câmeras de monitoramento (veja acima). O crime aconteceu na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, por volta das 18h de segunda-feira (15), no bairro Nova Mirim, perto do Fórum. De acordo com a PM, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte de Ruy no local. Com base nas imagens de monitoramento da prefeitura, os criminosos chegaram à Rua Arnaldo Vitulli, ao lado da Secretaria de Educação (Seduc), às 18h02 de segunda-feira (15). Eles permaneceram de tocaia até às 18h16, quando o ex-delegado passou de carro e foi alvo dos primeiros disparos de fuzil. Ruy Ferraz Fontes tentou escapar pela Rua 1º de Janeiro, mas foi perseguido por cerca de 500 metros. Na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, bateu em um ônibus e capotou. Nesse momento, três criminosos armados com fuzis desceram do carro. Um deles ficou na contenção, enquanto os outros dois se aproximaram do veículo e executaram o ex-delegado com diversos disparos. A Prefeitura de Praia Grande e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) lamentaram a morte do delegado. Infográfico: ex-delegado-geral de SP é assassinado no litoral sul Arte/g1 Dois feridos Novos vídeos mostram tiros e desespero de testemunhas durante execução de ex-delegado A Prefeitura de Praia Grande informou que um homem e uma mulher que caminhavam pelo local também foram baleados e atendidos pelas equipes do Samu, encaminhados inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude. De acordo com o município, as vítimas não correm risco de morte e foram transferidas para o Hospital Municipal Irmã Dulce, também na cidade. Quem era Ruy Ferraz Fontes Delegado Ruy Ferraz Fontes é executado a tiros no litoral de SP Prefeitura de Praia Grande e Reprodução Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022 e atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil. Teve papel central no combate ao crime organizado e foi pioneiro nas investigações sobre o PCC. Comandou divisões como Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Departamento Estadual de Investigações contra Narcóticos (Denarc), além de dirigir o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap). Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, com pós-graduação em Direito Civil, Fontes teve passagens por delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic. Foi justamente no Deic, no início dos anos 2000, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que ele iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de ações violentas contra forças de segurança em São Paulo. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo. Nesse período, liderou a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da facção dentro das cadeias. Ruy Fontes participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e também foi professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Ele estava aposentado da Polícia Civil. Em janeiro de 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até agora, quando foi assassinado. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos